COMO COMBATER O VAZIO, O NADA

Tô me sentindo tão vazio, parece que a vida não tem a mínima graça!
Não tenho nenhum ideal, nem um sonho sequer. Parece que sou um poço seco, meus sentimentos se esvaziaram, estou frio comigo mesmo e com as pessoas. O mais interessante disso tudo é que eu não ligo para mais nada, fiquei insensível, tanto aos fatos como às pessoas. Não me sinto depressivo, consigo até enxergar beleza nas coisas, mas é como se estivesse num museu, observando um belo quadro.

Olá queridos leitores!

Dá para entender o que foi descrito aí em cima? Grosso modo poderíamos dizer que é, sim, depressão. Mas se nos debruçarmos numa observação mais detalhada, podemos ver que se trata de um momento até que normal na vida de qualquer pessoa. Aquele momento que você não consegue se satisfazer apenas com o que faz e/ou com o que tem (aí colocados matéria e sentimento). E aí surge aquela tradicional pergunta: o que fazer nessa hora? Deixar rolar esse momento de descontentamento numa boa, achando que com isso talvez isso seja coisa passageira, da idade, circunstancial, ou tentar tomar a direção de sua vida e se libertar dessa amargura seca e que parece nos deixar desumanos?

Para quem ficou com a primeira opção (deixar rolar), provavelmente não deve ter passado por esse difícil momento em sua vida. Para quem optou pela segunda hipótese (tentar mudar o rumo), concordo. A meu ver, parece a opção que melhor contempla a insatisfação dessa pessoa oprimida pela falta de sentimentos e desejos. Então, vamos juntos tentar dar umas dicas às pessoas que estão vivendo esse problema!

Já passei diversas vezes por esse problema: o que fazer e, em muitas delas o que me fez mudar a direção da situação foi a boa vontade. Sim, não adianta apenas a vontade de fazer algo, é preciso da boa vontade, aquela em que você sabe que precisa se mexer, sacudir a poeira, achar uma saída naquele labirinto de sentimentos ou de supressão dos mesmos, do vazio, do nada.


O mais interessante é que onde fui achar as motivações que puderam colocar em movimento o processo de estagnação e insatisfação pelas quais eu passava, foram em grupos de pessoas, que se reuniam para um determinado fim em comum. Trocando em miúdos, aproximei-me de pessoas que juntas (e não sós) procuravam soluções para um número ainda maior de outras pessoas (além delas mesmas)! É isso, trabalhar. E trabalhar em grupo. Associar-se a algo, a alguma coisa. Pertencer, participar!


Afinal, nossa vida tem que ter algum sentido, não nos basta seguir modismos e consumirmos como loucos (quando se pode, é claro), fazer uma graduação em qualquer disciplina e ficar com alguém. Ter filhos, comprar uma casa, dois carros na garagem; simplesmente por ter, porque é assim que funciona, e é assim que nos é imposto, e por isso devemos seguir esta “cartilha dos bem sucedidos”. Você já parou para pensar que está se deixando levar por uma avalanche de “vontades alheias” às suas. Você não escolhe mais nada, se deixa levar ou é sugado pela centrífuga do capitalismo selvagem, onde você corresponde a um mero número nas estatísticas macroeconômicas? Não duvide nunca disso!

Talvez, e digo talvez porque não sei a que ponto de insatisfação e os reais motivos levaram a pessoa a ficar tão “robotizada” e agir de maneira tão mecânica, que perdeu seus vínculos de personalidade, de vontade própria e de auto-estima. Mas, eu acredito na vida em grupo, na vida em comunidade, e se a pessoa se afasta ou se deixa afastar do coletivo, passando a viver uma vida isolada, como um guerreiro do capitalismo, que vai ganhar sozinho a guerra para seu bem-estar, pode estar aí o real motivo da supressão dos sentimentos, não a ambição, o egoísmo, a traição, não! Falo aqui da insensibilidade que levou essa pessoa à essa situação desoladora e cruel. O real motivo que levou essa pessoa a ver sua vida se esvaindo, tornando-se uma “vida seca”, é a falta de coletividade.

Procure ajudar alguma causa, seja um voluntário. Há centenas de lugares onde você vai ser surpreendido pelo quanto que você vale como pessoa, e não pelo que você tem ou deixa de ter. Ajudando, você certamente será ajudado. Na próxima edição passarei algumas dicas de como você pode ser extremamente útil e valioso para centenas de crianças, jovens, adultos e idosos, enfim, útil à pessoa, ao ser humano, que você também é, ou não?!!!


texto: Aurélio Martuscelli Neto: autorizada a reprodução deste texto desde que citados o autor e a fonte: http://www.timideztofora.blogspot.com

Até a próxima e
participe!

0 comentários:

Postar um comentário

Sua visita é sempre bem-vinda! Obrigado :-)