Webcurrículo: internet e educação integradas

Por Enio Rodrigo Barbosa (texto resumido)

Para minimizar o problema da falta de novas tecnologias para os estudantes da rede pública brasileira, especialistas ligados ao programa de pós-graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) colocam no centro do debate a importância de se aumentar a integração entre a internet e todo o fazer pedagógico, método conhecido como webcurrículo.

Maria Elizabeth Bianconcini, professora e pesquisadora da PUC, enxerga uma falta generalizada de cultura digital dos professores envolvidos com projetos ligados ao uso do computador nas escolas e isso se mostra um grande empecilho ao uso efetivo das tecnologias como facilitadoras do aprendizado. “É necessário integrar essas duas coisas, fazer com que ambas se transformem mutuamente numa perspectiva de integração que mude as práticas pedagógicas e a forma com que se usa a internet e as tecnologias de comunicação”, defende.

Segundo José Manuel Moran, professor da USP. “A escola ganharia com a flexibilização, pois os alunos atualmente se sentem perdidos em um ambiente arbitrário, moroso e castrador totalmente diferente da realidade fluida que corre fora dos muros da escola”, afirma. As atuais dificuldades e situações que causam violência contra professores, lembra o professor, evidenciam o choque de gerações dentro da sala de aula, fruto de uma escola obsoleta.

“O próprio vocabulário que descreve o funcionamento da escola como ‘grade’ curricular, ‘controle’ de presença ou ‘planos’ de aula já nos dá uma idéia do quanto esse espaço é refratário a novas atitudes”, acrescenta João Vilhete d’Abreu, coordenador do Núcleo de Informática Aplicada a Educação (Nied) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Para Vilhete d’Abreu, não há como pensar em uma vivência sem internet fora da escola como se pensa o aprendizado sem a internet. “É um contra-senso sem tamanho”, diz. Segundo ele, o mercado já se apoderou dessas ferramentas e a morosidade do Estado em implantar políticas públicas que vislumbrem essa evolução tecnológica se refletirá em um futuro muito breve, principalmente nas classes mais baixas.

Os pesquisadores vêem o projeto Um Computador por Aluno do governo federal como sendo de vanguarda mundial e acreditam que o momento de sua implantação exigirá mudanças significativas no modo de pensar a educação, para o qual todos deverão estar preparados. “Projetos não faltam, mas a efetivação é falha por faltar investimento para a infra-estrutura”, avalia Moran.

Fonte: revista COMCIÊNCIA, dez. 2008, disponível em:

www.comciencia.br/comciencia/handler.php?module=comciencia&action

2 comentários:

  1. concordo plenamente com a professora. De que adianta termos a tecnologia se não temos pessoas qualificadas para ensinar nossas crianças.
    parabéns pelo excelente blog!

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  2. Também concordo com a teacher! De nada adianta se ter um bem que não se sabe nem pra que serve.

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