
DEIXEM A CRISE COM OS CULPADOS POR ELA
É impressionante o poder que a mídia (seja ela qual for, mas em especial à TV) exerce sobre todos nós. Vejamos o caso da crise financeira mundial, por exemplo. Muitos de nós – para não dizer a maioria – sequer temos algum dinheiro aplicado em ações! Mesmo assim, por causa de todo esse estardalhaço, acabamos agindo como se fossemos grandes investidores, coletando informações sobre a cotação do dólar, do euro e, até “analisando” a cotação das ações mais negociadas na bolsa e a gangorra maluca de seus índices. Gente: “vivemos do outro lado da mesa!” São, principalmente, os especuladores (aqueles que não investem um centavo em nada produtivo), os “donos da banca” desse grande cassino. Não são eles que dão as cartas, que mandam no jogo? Então “que se virem”, e paguem pelos seus gananciosos atos!
Não estou aqui como o profeta do otimismo, e nem quero tapar o sol com a peneira: existe, sim, uma situação de provável recessão mundial (o que não é novidade para nós, brasileiros: é só voltarmos um pouco no tempo), mas é bom salientar que nossa economia não é tão frágil como em outras ocasiões e, tampouco somos bovinos, ao ponto de irmos, como loucos, no embalo dessas notícias alarmistas e apocalípticas, engrossar o “estouro da boiada” (eles - vocês sabem a quem me refiro - preferem o termo: “efeito manada”, devem estar se referindo à classe dos ruminantes, elefantes, etc.!).
Deixem os grandes especuladores e banqueiros tirarem um pouco suas bundas de seus suntuosos escritórios e/ou coberturas, arregaçarem as alvas mangas de suas caríssimas camisas italianas, “suarem um pouco nelas”, e colocarem em prática algo que possam salvá-los do “abismo” que eles mesmos cavaram. Vocês acham que eles vão ficar no prejuízo, sem dim-dim? Podem ficar sossegados, nunca vi um banqueiro esmolando uns trocados nas ruas!
Existem melhores caminhos para os banqueiros e grandes investidores, mas o lucro é bem menor e muito mais demorado (e eles sabem muito bem disso). Porque não financiar quem de fato produz riquezas e gera trabalho e renda? Mais empréstimos a pequenos empreendedores, será que dá lucro? E os riscos? Porque, ao invés de “apostar em papéis sem vida”, não a apoiar “quem” quer e pode produzir? Que tal atender melhor seus clientes? É isso, afinal somos nós, modestos correntistas e/ou poupadores que depositamos nossos poucos recursos, mas, se somados, somos os agentes da saúde financeira de um banco, sua liquidez!
Agora, façamos um exercício simples de imaginação coletiva: se sairmos, todos nós, correndo para sacar o pouco que temos nos bancos (o tal efeito manada), o que acontece? Eles quebram!!! É o que aconteceu com alguns bancos americanos e europeus.
Na verdade, pagamos a eles (os banqueiros) para guardarem nosso rico dinheirinho, mas quando precisamos de um empréstimo, ou um financiamento o dinheiro (nosso), não nos é disponibilizado, ou quando nos emprestam “algum”, cobram-nos como agiotas vorazes! Ofertam-nos, porém, pura adrenalina, quando consultamos nossos extratos (que também são cobrados, não esqueçam) onde constam indecentes taxas e juros, sob inúmeras nomenclaturas totalmente camufladas sob siglas e códigos indecifráveis!
Se pensam que me esqueci dos governantes, não esqueci, não! Em todas as esferas: federal, estadual ou municipal, cabem aos seus chefes de executivo fazer o que for preciso para cessar com a gastança de dinheiro público em obras e/ou prestação de serviços; licitações públicas fraudulentas, enfim gestões sem nenhum respeito com o eleitor e conduzidas sem o mínimo interesse social. Punir, com rigor, os responsáveis pelo superfaturamento das mesmas. O tempo urge, e não vai “colar mais” adotar, nos discursos, afirmações “imaginárias”, mesmo porque elas não existem, tais como : “as bases da economia brasileira são sólidas”, “o trânsito de São Paulo ficou muito melhor em minha gestão”, se o que tivermos vendo (e o pior, vivenciando) nos mostrar justamente o contrário.
Ah! apenas uma brincadeira de memória: vocês se lembram dos bancos e financeiras que quebraram (Auxiliar, Santos, Bamerindus, Brasilinvest, Marca, e tantos outros bancos estaduais, etc., etc., etc? Vocês se recordam de quantos bilhões o governo federal disponibilizou (entenda-se - garfou do povo brasileiro) para contornar aquela crise? Fico me perguntando como deve ser “difícil” levar um banco à falência, possivelmente um verdadeiro caso de abdução (da grana, é claro, por vezes dos donos de bancos, também). Por acaso, algum banqueiro, depois de julgado, cumpre totalmente a pena, ou ainda: alguém conhece ou conheceu algum banqueiro que ficou pobre, com todos os seus “mimos” leiloados para pagar a quem de direito? Quem souber me avise por favor, ficarei imensamente grato ao saber que alguém (que não nós) está “pagando o pato” pela crise!
Pronto, desabafei!!!
texto: Aurelio Martuscelli Neto - reprodução total permitida desde que citados o autor e a fonte: www.timideztofora.blogspot.com
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